Este poema começa com versos de Camões "Erros meus, má fortuna..." para abordar uma realidade com que actualmente nos debatemos: a Crise. Bem sei que a Crise não é só nossa, mas com o mal dos outros, estamos nós mal.
Porque esta crise é global e ela veio pôr a nú a fragilidade da nossa economia e consequentemente das nossas vidas.
O poema faz uma abordagem das "loucuras" que fizemos no tempo da fartura e da nossa ilusão, que o futuro ia ser sempre assim, e afinal não é. A história da formiga e da cigarra volta a repetir-se.
Erros meus, má fortuna
Ou má cabeça simplesmente
Fizemos vidas impossíveis
Que a vida, não consente
Ninguém pode dar o salto
Maior que a perna que tem
Não se pode gastar tudo hoje
Pode fazer falta, amanhã
Quem não tem asas para voar
Só deveria de andar a pé
Todos querem ser iguais
Mas a vida, mostra que não é
Navegámos na crista da onda
Parecia dinheiro em caixa
Mas a vida, como a maré
Tanto sobe, como baixa
Provámos todos os excessos
Com o entusiasmo de criança
Julgámos ter o mundo na mão
Mas a vida, é feita de mudança
Vivêmos tempos de abundância
Tivemos o que nunca tivemos
Fizemos o que não devíamos
E o que devíamos, não fizemos
Não respeitámos os limites
Atrás da felicidade prometida
Sonhámos demasiado alto
E esquecemos a própria vida
O que importa não é a queda
Há que levantar e prosseguir
Dar passos certos e seguros
Para não voltarmos a cair
Agora para enfrentar a crise
Ninguém perca a esperança
Vamos começar tudo de novo
Como nos tempos de criança
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