Numa sociedade que vive em permanente competição é frequente vermos os mais velhos a criticar os mais novos e os mais novos a criticarem os mais velhos. Este poema faz um retrato da vida das novas gerações cheias de rebeldia, prisioneiras dum consumismo que não comandam e que procuram na violência e no desregramento dos comportamentos, apresentar uma liberdade que não têm.
Uma geração criada na abundância e no facilitismo, tem dificuldade em lidar com fenómenos que lhe são externos e que não controlam. Eles nasceram no Céu mas estão a viver no Inferno, Terão eles força para se libertar?
Chamaram-lhe geração rasca
Do facilitismo e do deixa-andar
Dos chumbos a matemática
Da iliteracia e do abandono escolar
Geração dos Mac Donald's
E do telemóvel na escola
Da pizza e do hamburguer
Da cerveja e da Coca-Cola
Geração do telemóvel
Para jogar e namorar
Para exibir e divertir
Só não dá, para estudar
Geração do walkman
Da consola e do MP3
Das discotecas e concertos
Futura geração da surdez
Geração dos grafittis
Do percing e da tatuagem
Geração da roupa de marca
Da etiqueta e da imagem
Geração dos jogos da bola
Desportistas de bancada
Da claque da provocação
Do insulto e da porrada
Geração dos call-centers
Do recibo verde, precário
Do contrato a prazo certo
Sem futuro, nem horário
Geração da velocidade
Na estrada e na Internet
Dão cartas aos mais velhos
Com eles, ninguém se mete
Geração da abundância
Com a gordura à flor da pele
Geração gorda e anafada
Esta é a geração xis xis éle
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Este poema já conhecia. Está muito bem visto! De facto esta geração que descreve tem características muito específicas que nada têm a ver com valores tradicionais e que valorizam o consumismo, e os padrões que lhe são postos na frente sem qualquer análise crítica, entrando na “onda” só porque é moda. É importante que olhares como o seu, denunciem o que tais situações têm de negativo. Talvez acordem consciências e a “onda” venha a passar.
ResponderEliminarVivemos a época do hiper-consumismo, os jovens começam por ser, primeiro gastadores-consumidores, antes de terem autonomia financeira para o serem, eles não têm a noção do valor do dinheiro.
ResponderEliminarA pressão da sociedade e da publicidade é muito grande, e quem não consome é excluído e isto cria uma angústia muito grande nos jovens que os torna em compradores impulsivos.
Esta sociedade sobrevalorizou o dinheiro e apagou completamente os valores de cidadania e de ética, a sociedade desumanizou-se e permite o aparecimento das crises económicas e de valores que estamos a viver. É preciso inverter esta tendência e voltarmos aos valores e à ética.