sexta-feira, 11 de junho de 2010

Poema: Carta a Santo António

Estamos no mês dos Santos Populares e um pouco por todo o país há festejos em sua homenagem. No ano de 2008 eu escrevi esta Carta a Santo António em que relato os assuntos dessa época, que continuam presentes nos dias de hoje e muitos deles são alvo de polémica, dada a situação financeira do país.

Santo António de Lisboa
Tu nem sabes o que vai nela
Vão fazer um novo aeroporto
E acabar, com a Portela

Uns, querem-no na Ota
E outros, em Alcochete
Para ficarem perto de casa
Para pouparem no bilhete

Também vão fazer um TGV
Para o país andar mais veloz
Para irmos todos mais depressa
Comprar caramelos em Badajoz

Vão fazer uma nova ponte
Mas já vieram vozes a terreiro
Uns querem a ponte p'ró Montijo
E outros querem p'ró Barreiro

Santo António de Lisboa
A tua cidade está diferente
Fazem cada vez mais casas
E cada vez, tem menos gente

Vão fazer estas obras todas
Para ligar o país à CEE
Metade da conta, pagam eles
E a outra metade, paga o Zé

Já levámos o Metro a S.Apolónia
Para a rede, não ficar manca
Com o dinheiro que gastámos
Levávamos o Metro a Vila Franca

Mas se as contas derraparem
Como noutras vezes aconteceu
Desta vez, nós não pagamos
Mandamos a conta para o céu

Oh meu Santo António
Oh meu Santo milagreiro
Diz lá como é que a gente
Vai arranjar tanto dinheiro!

2 comentários:

  1. Já não vale a pena amigo...
    Que ainda se ficam a rir!
    O Santo é um sem abrigo...
    Anda por aí a pedir.

    Isto não é só de agora
    Há muito que isto se via...
    Só que hoje, o povo chora!
    E noutro tempo, não podia...

    Não há Santo que nos valhe!
    Pl'as asneiras cometidas
    Com sorte, talvez nos calhe...
    Alguém que nos perdoe as dividas.

    Dizem, não sei se é verdade!
    Que o Portugal que a gente adora!
    Do passado canta com saudade
    Mas quanto ao futuro chora...

    Quanto aos outros, eu nã,sei
    Mas de mim tenham certeza
    Que muitas vezes já chorei
    A cantar a Portuguesa.

    Para bom entendedor...

    Aquele abraço da amiga certa.
    Rosa Dias

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    1. Estimada Rosa
      Peço desculpa de só agora lhe responder, mas estou a fazer uma revisão ao blogue e "descobri" que não lhe tinha respondido.
      Agradeço a sua resposta em verso, muito mais bem feito que o meu, porque respeita as regras e o meu não. Quanto ao poema e à situação do país pode ser que como diz: "alguém nos perdoe as dívidas".
      Obrigado Rosa, pelo seu comentário e escreva sempre.
      Saudações amigas
      António Silva

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