Estamos no mês dos Santos Populares e um pouco por todo o país há festejos em sua homenagem. No ano de 2008 eu escrevi esta Carta a Santo António em que relato os assuntos dessa época, que continuam presentes nos dias de hoje e muitos deles são alvo de polémica, dada a situação financeira do país.
Santo António de Lisboa
Tu nem sabes o que vai nela
Vão fazer um novo aeroporto
E acabar, com a Portela
Uns, querem-no na Ota
E outros, em Alcochete
Para ficarem perto de casa
Para pouparem no bilhete
Também vão fazer um TGV
Para o país andar mais veloz
Para irmos todos mais depressa
Comprar caramelos em Badajoz
Vão fazer uma nova ponte
Mas já vieram vozes a terreiro
Uns querem a ponte p'ró Montijo
E outros querem p'ró Barreiro
Santo António de Lisboa
A tua cidade está diferente
Fazem cada vez mais casas
E cada vez, tem menos gente
Vão fazer estas obras todas
Para ligar o país à CEE
Metade da conta, pagam eles
E a outra metade, paga o Zé
Já levámos o Metro a S.Apolónia
Para a rede, não ficar manca
Com o dinheiro que gastámos
Levávamos o Metro a Vila Franca
Mas se as contas derraparem
Como noutras vezes aconteceu
Desta vez, nós não pagamos
Mandamos a conta para o céu
Oh meu Santo António
Oh meu Santo milagreiro
Diz lá como é que a gente
Vai arranjar tanto dinheiro!
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Já não vale a pena amigo...
ResponderEliminarQue ainda se ficam a rir!
O Santo é um sem abrigo...
Anda por aí a pedir.
Isto não é só de agora
Há muito que isto se via...
Só que hoje, o povo chora!
E noutro tempo, não podia...
Não há Santo que nos valhe!
Pl'as asneiras cometidas
Com sorte, talvez nos calhe...
Alguém que nos perdoe as dividas.
Dizem, não sei se é verdade!
Que o Portugal que a gente adora!
Do passado canta com saudade
Mas quanto ao futuro chora...
Quanto aos outros, eu nã,sei
Mas de mim tenham certeza
Que muitas vezes já chorei
A cantar a Portuguesa.
Para bom entendedor...
Aquele abraço da amiga certa.
Rosa Dias
Estimada Rosa
EliminarPeço desculpa de só agora lhe responder, mas estou a fazer uma revisão ao blogue e "descobri" que não lhe tinha respondido.
Agradeço a sua resposta em verso, muito mais bem feito que o meu, porque respeita as regras e o meu não. Quanto ao poema e à situação do país pode ser que como diz: "alguém nos perdoe as dívidas".
Obrigado Rosa, pelo seu comentário e escreva sempre.
Saudações amigas
António Silva