Passado um mês depois das cheias da Ilha da Madeira, aproveitei o tempo para reflectir sobre a tragédia. Este poema, vem em certa medida abordar a relação do homem com a Natureza. O homem tem afrontado muitas vezes as forças da Natureza, indo para além do razoável e depois a Natureza cobra o seu preço, trazendo a morte e a destruição. Os erros só são maus, se não aprendermos nada com eles.
Ninguém rouba,o leito ao rio
Porque o rio, não vai deixar
O rio cala, mas não consente
O que perdeu, ele vai buscar
Os erros pagam-se caros
Porque são becos sem saída
Eles obrigam-nos a voltar atrás
Para salvarmos a própria vida
Quem constrói em leito de cheia
Arrisca a vida, em tal ousadia
Porque o rio, não deixa impune
Quem ousou desafiá-lo um dia
Quando o rio galga a margem
Dizem que o rio enlouqueceu
E acusam o rio de selvagem
Porque foi buscar, o que é seu
Chove muito e o rio cresce
Espalha a morte e a destruição
Dizem que o rio é traiçoeiro
É um selvagem sem coração
Não se engana a Natureza
Como o homem sempre faz
Quando engana outros homens
Ele semeia a guerra e não a paz
O rio é um bem para todos
Precisamos dele para viver
Se o soubermos respeitar
Ele até nos sabe obedecer
O rio é uma fonte de vida
E até nos ensina a nadar
Mas não deixa sem castigo
Quem não o sabe respeitar
O rio rega e fertiliza os campos
Mata a sede e produz energia
E se o soubermos respeitar
Ele vive connosco em harmonia
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Acabei de ler há pouco o seu comentário em "quantotempotemotempo"...peço desculpa porque de facto, não deixei aqui qualquer comentário. Já não sei como descobri o seu blogue, mas o que li deu para perceber que usa as palavras como grito de "revolta" contra os males que grassam por essa sociedade e mundo fora; daí eu ter decidido seguir o que vai escrevendo. Obrigada e boa sorte
ResponderEliminarObrigado Relógio de Corda, pelas suas amáveis palavras sobre este meu poema e espero continuar a merecer a sua atenção, certo de que encontrará nos meus poemas, muitos "gritos" de alerta, mas também muita esperança, num mundo melhor em que acredito, mas o primeiro passo, tem de partir de cada um de nós.
ResponderEliminarEspero que haja muitos mais ouvidos a escutá-los.
Cordiais saudações
António Silva