Chegados a mais um ano, depois do 25 de Abril de 1974, apetece olhar para todos estes anos passados e fazer um balanço, do que se fez e do que ficou por fazer. Neste poema eu interrogo-me do caminho iniciado e dos desvios de rota que nos levam a um passado ou a um futuro que não queremos. É isso que transparece deste meu olhar sobre o 25 de Abril, que agora comemoramos.
Que fizeste à liberdade ?
Oh Grândola vila morena?
Que o povo da tua cidade
Já não é, quem mais ordena
Já não há amigos nas esquinas
E nos rostos, não há igualdade
Quando se instala a competição
Não há lugar à fraternidade
Que fizeste à esperança, povo?
Desse prometido lugar ao sol
Adormeceram-te a ver televisão
Com novelas e jogos de futebol
Os novos-ricos fizeram fortuna
Enriqueceram da noite pró dia
Foi o tempo do fartar vilanagem
E chamaram a isto, democracia
Promoveram os grafittis a arte
E riscaram as paredes da cidade
E em nome da democracia
Riscaram a própria liberdade
Temos dois milhões de pobres
A tradição, ainda é o que era
Aumentaram as desigualdades
E os pobres, continuam à espera
A corrupção tomou conta
De grandes e pequenos
E da nossa democracia
Resta cada vez menos
Encantado com o consumo
Tu entraste na competição
Tu nunca mais aprendes ó povo?
Que a tua força, está na união!
Não se fazem democracias
Sem a participação dos povos
Democracias sem democratas
É fazer omoletes, sem ovos
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