Quando o homem ultrapassa o limiar da sobrevivência, quando estão assegurados os níveis mínimos aceitáveis para uma vida condigna. O homem começa a questionar outros parâmetros como a qualidade de vida. É que não basta viver, é preciso que essa vida tenha qualidade, para isso, temos de parar para pensar que qualidade de vida temos no nosso dia-a-dia. É isso que eu procuro reflectir neste poema.
Trabalhas de dia e de noite
Para satisfazer a ânsia do ter
Que ganhaste tu com isso?
Já conseguiste enriquecer?
És um escravo do trabalho
Vives uma vida stressada
Cultura, afectos e convívio
Não tens tempo para nada
Vêm as férias, é um descanso
Depois do ano inteiro a trabalhar
Mas tu não sais, ficas em casa
O dinheiro, não dá para passear
Déstes coisas, em vez de afectos
Teus filhos, já têm coisas a mais
Que ganhaste tu com isso?
Amanhã, eles vão amar-te mais?
Compraste um carro mais caro
Para andares mais depressa
Que ganhaste tu com isso?
Já deixaste de andar à pressa?
Também compraste uma casa
Em vez de uma casa de arrendar
Que ganhaste tu com isso?
Trabalhar toda a vida p'rá pagar
Podia ser uma casa de renda
Onde tu te sentisses bem nela
Tens uma casa só para dormir
Passas todo o tempo fora dela
Prometeram-te qualidade de vida
Tu acredistaste que era verdade
Que qualidade de vida é esta?
Viver uma vida sem qualidade
Todo o sistema está montado
Para que não te possas libertar
Aquilo que te dão com uma mão
Com a outra mão, te o vão tirar
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Caro poeta
ResponderEliminarobg pelo envio do poema que achei fantástico.
Se me der autorização, gostaria um dia destes de o publicitar no meu blogue, pode ser?
Olá: Relógio de Corda
ResponderEliminarGostei do comentário, quanto à publicação pode fazê-lo quando quiser.
Escreva sempre.
António Silva