domingo, 11 de abril de 2010

Poema: A gordura já não é formosura

Acaba o Inverno, vem a Primavera a prometer férias e praia, há uma corrida aos ginásios e às dietas, para curar os excessos do Inveno prolongado. Todos querem dar ao corpo, aquilo que gostamos de ver nos outros, porque a gordura já deixou de ser formosura, nesta sociedade da "eterna juventude" e para muitos a gordura é um sinal de velhice.
Mas não se pode ter o melhor de dois mundos, fazer o gosto à boca e fazer o gosto ao espelho, há que escolher. Mas para além das aparências, há também outra razão, ainda mais importante, que é ter saúde e ela depende em grande parte, da alimentação e do exercício, que hoje, fazemos cada vez menos.

Dantes o gordo era formoso
E a gordura era formosura
Dizíamos nós para desculpar
Quem abusava da doçura

Não se chama gordo ao gordo
Diz-se, tem excesso de peso
Ou duma forma mais elegante
É um pouco forte, ou obeso

Mas chamar forte é enganador
O que é forte é bom e durável
E quem tem excesso de peso
Não tem uma vida saudável

Na sociedade da abundância
Toda a fartura se consome
Nós somos ricos de tudo
Mas de tudo, nós temos fome

Comemos mais para matar
Esta nossa fome secular
Aquilo que se come a mais
Só serve para nos engordar

Estes novos modos de vida
Fizeram da vida o que ela é
Passamos a vida sentados
E ninguém dá um passo a pé

Quando o corpo pesa mais
Mais peso, temos de carregar
Surgem problemas na coluna
Há dores e cansaço no andar

Cresceu à volta da gordura
O grande negócio das dietas
Prometem que sem exercício
Podem ter corpos de atletas

Não quero melindrar ninguém
Cada qual come o que quer
Comer demais nunca foi bom
P´ró o homem, nem p'rá mulher

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