domingo, 11 de dezembro de 2011

Poema: O álcool é mau companheiro

Em época de festas, há tendência para os excessos de bebidas alcóolicas. Não são as festas o lado pior mas sim a bebida de todo o ano, que cria habituação e vícia. Sobre o álcool eu escrevi este poema:

O ÁLCOOL É MAU COMPANHEIRO

O álcool é mau companheiro
E leva-nos por caminho errado
É muito melhor andar sozinho
Que andar mal acompanhado

O álcool é uma grande ilusão
Que a todos promete felicidade
Desvia-nos do bom caminho
Para nos esconder a realidade

O álcool não é santo milagreiro
O álcool não passa duma ilusão
Diz que aquece e que refresca
O álcool é um grande charlatão

O álcool é como a maré
Que vai e vem sem parar
Promete mudar, e não muda
Vai, mas volta ao mesmo lugar

O álcool faz mal aos filhos
Como já fez mal aos pais
Ele enfraquece os fortes
E faz os fracos, ainda mais

Quem bebe demais já sabe
Que acaba por ficar borracho
O álcool torna todos iguais
Faz o nivelamento por baixo

O álcool é um mentiroso
A todos promete felicidade
O álcool é um fala-barato
Que anda longe da verdade

Quem se entrega à bebida
Perde a dignidade humana
Bebe para enganar os outros
Mas é a si, que ele engana

Quem bebe para esquecer
Não resolve problema nenhum
Aos problemas que já tem
Ele vai acrescentar, mais um

Poema: O coração é fonte de amor

Fiz este poema sobre o coração, não o coração órgão, mas o coração que ama, sobre ele eu escrevi este poema, espero que gostem.

O CORAÇÃO É FONTE DE AMOR

Não vou falar do coração
Que bate entre pulmões
Que tanto bate de paixão
Como bate nas aflições

Não vou falar das doenças
Vasculares e hipertensão
Nem do colesterol elevado
Devido a má alimentação

Não vou falar do andar a pé
Exercício que tanta falta faz
Nem do álcool nem do tabaco
Dão calma, mas não são a paz

Falo dos casamentos falhados
Que crescem cada vez mais
E das crianças que vivem sós
Em famílias mono parentais

Da emancipação feminina
Que se bate pela mudança
Mas recusa a igualdade justa
E está sedenta de vingança

O homem é amado e odiado
Acusado pela desigualdade
Quando a culpa é dos poderes
Que mandam nesta sociedade

Uma sociedade sem crianças
Onde ser mãe só dá sarilhos
Que descrimina as mulheres
A terem o direito a ter filhos

Um dia teremos bebés proveta
Vendidos em supermercados
Prontos a usar e sem trabalho
Perfeitos, gordinhos, já criados

A culpa de todos estes males
É a falta de amor no coração
Que não pode viver sem amor
E ninguém ama, por obrigação

domingo, 4 de dezembro de 2011

Poema: Eu tive um sonho lindo este Natal

Em plena época natalícia, sobre o Natal eu escrevi este poema em contra-corrente à situação económica e social do país.

Tive um sonho este Natal
Eu vi toda a humanidade
A viver um mundo de paz
Cheio de justiça e verdade

Cooperar em vez de competir
Sem invejas, em perfeita união
Vi repartir a riqueza produzida
Sem deixar ninguém sem pão

Vi os filhos a cuidar dos pais
Quando os pais, são velhinhos
Como se fossem seus filhos
Com mil atenções e carinhos

Vi o salário pagar o empenho
Que todo o empregado deve dar
E vi o patrão a repartir o lucro
Com aquele que o ajudou a criar

Vi o marido a respeitar a mulher
E a mulher a respeitar o marido
Nunca ali se fez um divórcio
Ali não há lutas sem sentido

E se alguém cai em desgraça
Acodem todos de mão cheia
Nunca ali ninguém enriqueceu
À custa da desgraça alheia

Vi na escola alunos a aprender
A serem os homens de amanhã
Professores a ensinarem regras
Dum corpo são, em mente sã

Vi todos os povos do mundo
A amarem e a proteger a Terra
A desfazerem incompreensões
Que levam à cobiça e à guerra

Já ia o sol alto, quando acordei
Deste sonho lindo, pouco real
Sonho feito de muitos desejos
Para vos oferecer, neste Natal

Poema: Centenário de Alves Redol

Nasceu em Dezembro de 1911, chamava-se Alves Redol e faria 100 anos este ano. Sobre a sua vida e obra eu fiz este poema:

Seu nome era Alves Redol
E nasceu em Vila Franca
Terra de toiros e fandango
Tradições que o povo canta

Emigrou para Angola
Tinha somente 16 anos
À procura de vida melhor
Que esta vida de enganos

Alves Redol foi o pioneiro
Do neo-realismo em Portugal
Uma nova corrente literária
Contra a ditadura nacional

Petenceu ao MUD e ao PCP
Que se opunham à ditadura
Foi censurado e foi preso
Sofreu a repressão e a tortura

Viveu no Pinhão no Douro
Que ele conheceu até à Foz
Escreveu Vinhas de Sangue
Ao povo do Douro, deu voz

Escreveu Marés e Porto Manso
A vida do povo à beira Tejo
Fanga, A Forja e Reinegros
Glória, uma aldeia do Ribatejo

Escreveu Barranco de Cegos
Sua obra-prima por excelência
E também a Barca dos 7 Lemes
Foi um escritor da resistência

Redol descreveu nos Gaibéus
A vida dos ceifeiros da Beira
E no livro Avieiros ele conta
A saga dos pescadores da Vieira

Parabéns aos aniversariantes
Deste mês de Natal pequenino
Poucas festas e poucas prendas
Porque o país, está pobrezinho

Poema: 1961, ano de todas as mudanças

50 anos depois de 1961, vamos rever esse ano e os acontecimentos e mudanças que mudaram o país.

Corria o tempo, nesse tempo
Devagar, neste nosso Portugal
Salazar aprisionou os sonhos
E parou o tempo no país rural

Nos fins dos anos cinquenta
Era a democracia ainda um mito
Delgado prometia em eleições
Salazar? Obviamente demito-o

Vieram as greves e as prisões
Terminada a farsa eleitoral
1961, ano de todas as mudanças
Ano de início da guerra colonial

Para Angola já e em força !!!
Defender a Pátria, manda Salazar
Cem mil embarcam para África
Para defender o nosso Ultramar

Aos jovens, só resta escolher
Ir à guerra, ou então emigrar
Ficam os campos ao abandono
A esperança não pode esperar

Faltam os braços nas fábricas
Mas a produção não pode parar
Saem mulheres de suas casas
Vão para as fábricas trabalhar

Mas as mulheres fora de casa
Alteram a estrutura familiar
As crianças vão para a creche
E os pais velhos, vão para o lar

Às velhas profissões caducas
Novas profissões vão dar lugar
Pronto a vestir, pronto a comer
O tempo é pouco para trabalhar

Muda o mercado de trabalho
Para não parar o progresso
E da guerra vêm mensagens
"Adeus, até ao meu regresso"