domingo, 6 de novembro de 2011

Poema: Centenário do nascimento de Manuel da Fonseca

Na passagem do centenário do seu nascimento, eu escrevi este poema dedicado à obra do escritor e poeta Manuel da Fonseca.


Manuel da Fonseca nasceu
Em Santiago do Cacém
Estudou no Liceu Camões
E em Belas Artes, também

Foi escritor e foi poeta
Mas foi romancista primeiro
Foi neo-realista e fez parte
Do grupo Novo Cancioneiro

Ele trabalhou na Indústria
No comércio e em publicidade
Participou em muitas tertúlias
Nesta Lisboa, velha cidade

Era um artista a desenhar
E com desenhos fazia pirraça
Com divertidas caricaturas
De gente famosa da nossa praça

Foi militante comunista
E lutou contra a ditadura
Foi escritor neo-realista
Este mestre da literatura

Muitos dos livros que escreveu
Tiveram o Alentejo como tema
E alguns dos seus livros
Foram adaptados ao cinema

Escreveu o Anjo no Trapézio
E um Vagabundo na Cidade
Escreveu o Fogo e as cinzas
Foi um escritor da liberdade

Escritor do neo-realismo conta
A vida dos camponeses sem pão
Em Sam Jacinto e Aldeia Nova
Cerromaior e Tempo de solidão

Parabéns aos aniversariantes
De Outubro, início da caça
Tenham muitos anos de saúde
Sempre em estado de graça

Poema: A evolução da humanidade

Em tempos de turbulência, desta crise financeira, económica, social, energética e ambiental, não podemos deixar de nos interrogar, como chegámos até aqui e olhando o passado e a nossa história, vemos que ela assenta, numa série de injustiças e barbaridades. Sobre isso eu escrevi este poema:

A EVOLUÇÃO DA HUMANIDADE

Toda a evolução das civilizações
Desde do tempo da Antiguidade
É feita de guerras e subjugações
Essa é a nossa triste realidade

Povos a conquistarem povos
Guerras feitas, tudo por cobiça
Atrás de si deixam um rasto
De devastação e de injustiça

Todo o sistema é predador
E só vive da desgraça alheia
É um poder feito de injustiça
Instável como o chão de areia

Toda a evolução dos povos
É feita pelo triunfo do mal
Que já levou a humanidade
Bem perto da destruição total

Quem tem dinheiro tem poder
Andam os dois de braço dado
O dinheiro é o dono do poder
Porque isto, anda tudo ligado

Só a evolução pela democracia
Pelo saber e pelo conhecimento
Faz a evolução sem deixar atrás
Um rasto de dor e sofrimento

Já não há valores, nem há ética
Acabaram os códigos de conduta
Vale tudo, para chegar ao poder
E pelo poder, toda a gente luta

E toda esta louca competição
Para sermos mais competitivos
Pois só o dinheiro é que nos dá
O direito, a nós estarmos vivos

A competição pelo dinheiro
É fundamental no capitalismo
Luta que já pôs a humanidade
Com um pé, à beira do abismo

Poema: Ser voluntário, é ser solidário

Em tempo de crise, é quando mais precisamos uns dos outros, para ultrapassarmos as dificuldades que enfrentamos.
Neste ano do Voluntariado, escrevi este poema, que é uma homenagem a todos aqueles, que generosamente, oferecem de si, o seu tempo e a sua atenção a ajudar os que mais precisam. Bem hajam.

O voluntário dá-se aos outros
E em troca, só espera gratidão
A dádiva vale sempre a pena
Porque é dada pelo coração

Ser voluntário é dar de nós
Bons exemplos e boa vontade
Para minorar os males alheios
E repartir com eles, felicidade

Os voluntários são mensageiros
De justiça e bem-aventurança
Eles semeiam por todo o mundo
As sementes boas da esperança

A solidão não dá felicidade
Só há felicidade partilhada
Não se pode ignorar o outro
Sozinhos, não somos nada

Não é rico, quem têm muito
Rico não é quem tem mais
A riqueza sem solidariedade
É pobre de valores espirituais

Não são santos milagreiros
Mas fazem milagres de verdade
Acreditam num mundo melhor
Pela partilha da solidariedade

O egoísmo não é virtude
De que nos possamos orgulhar
É a pobreza dos que têm muito
Mas tem tão pouco, para dar

Tudo aquilo que se desperdiça
Tudo o que não faz falta a você
Faz falta, aquele que nada tem
Não desperdice o que tem, dê

O voluntário é amigo do amigo
Ele é um amigo desinteressado
Que acredita num mundo melhor
Num mundo, por todos partilhado