segunda-feira, 28 de junho de 2010

Poema: Há só uma Terra

O ambiente é cada vez um tema mais actual e inquieta-nos a todos, mas mais do que o medo que isso pode despertar, ele deve, despertar as consciências e levar-nos a fazer alguma coisa. A Terra é a nossa casa, a destruição do nosso habitat põe em perigo a existência da humanidade é dever de todos dar as mãos para resolver este urgente problema, e não adianta escondê-lo, as consequências são cada vez mais evidentes, é tempo de agir. Foi a pensar nisso que eu fiz este poema.

Deus fez do mundo um paraíso
E à sua imagem criou o homem
E os homens criaram a poluição
À imagem daquilo que consomem

Um mal repetido, todos os dias
Cresce, aumenta e perdura
Mas tudo se paga neste mundo
É tempo de pagarmos a factura

Em nome da liberdade, de fazer
Fizemos,o que nos deu na gana
Como sendo donos do mundo
Mas a verdade,nunca se engana

Poluímos o ar, o solo, os rios
E fizemo-lo inconscientemente
Convencidos que este paraíso
Durava toda a vida, eternamente

As alterações climáticas não são
Invenções de coca-bichinhos
São hoje uma dura realidade
Para ver se abrimos os olhinhos

Vão dizer em toda a parte
Escrevam em letras garrafais
A poluição está a matar-nos
Digam isto em todos os jornais

Deram-nos futebol e telenovelas
Fizeram tudo para nos entreter
O mal não está nas telenovelas
Mas naquilo que andam a esconder

São motores desta sociedade
O lucro, o poder e a abastança
São os 3 cavaleiros do apocalipse
Não são, cavaleiros da esperança

Temos todos de dar as mãos
E resolver este problema global
Porque ou nos salvamos todos
Ou morremos todos deste mal

domingo, 20 de junho de 2010

Poema - O sucesso mínimo garantido

Depois de ter visto o empate da selecção portuguesa de futebol no Mundial, ocorreu-me fazer este poema, onde vou falar das fragilidades, onde assenta a nossa esperança em êxitos, que nos farão felizes para sempre.
Ora é aí que bate o ponto, nós estamos convencidos que tudo é simples e tudo se realizará conforme os nossos desejos, e que as nossas falhas serão resolvidas com o nacional-porreirismo de sempre, mas uma coisa é dizer e outra é fazer, é disso que eu falo neste poema.

Somos os melhores do mundo
Porque a malta é desenrascada
Nós, exigimos tudo dos outros
Mas de nós, não exigimos nada

Com o nosso desenrascanço
Ninguém nos pode ganhar
Desenrasca-se o enrascado
Porque se deixou enrascar

Neste reino de mediocridade
Quem faz bem, é quem faz mal
A balda é a causa do insuceso
Que nós temos em Portugal

Somos avessos à organização
De que este país, é o espelho
Passamos a vida a atamancar
E fazer coisas, em cima do joelho

Perdemos tempo a fazer leis
Que ninguém, vai cumprir
É como apregoar a verdade
Onde todos andam a mentir

Sabemos que errar é humano
Mas insistir no erro, é burrice
É ver o erro, e não fazer nada
Como se o erro, não existisse

Não somos um povo falhado
Temos de parar para pensar
Porque se há algo de errado
Temos o dever do emendar

Deitamos foguetes antes da festa
Como se fossem favas contadas
Contamos com o ovo, na galinha
E depois, as contas saem furadas

Mas se não mudarmos de atitude
Temos o futuro comprometido
Não arranjem mais desculpas
O sucesso mínimo, está garantido

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Poema: Carta a Santo António

Estamos no mês dos Santos Populares e um pouco por todo o país há festejos em sua homenagem. No ano de 2008 eu escrevi esta Carta a Santo António em que relato os assuntos dessa época, que continuam presentes nos dias de hoje e muitos deles são alvo de polémica, dada a situação financeira do país.

Santo António de Lisboa
Tu nem sabes o que vai nela
Vão fazer um novo aeroporto
E acabar, com a Portela

Uns, querem-no na Ota
E outros, em Alcochete
Para ficarem perto de casa
Para pouparem no bilhete

Também vão fazer um TGV
Para o país andar mais veloz
Para irmos todos mais depressa
Comprar caramelos em Badajoz

Vão fazer uma nova ponte
Mas já vieram vozes a terreiro
Uns querem a ponte p'ró Montijo
E outros querem p'ró Barreiro

Santo António de Lisboa
A tua cidade está diferente
Fazem cada vez mais casas
E cada vez, tem menos gente

Vão fazer estas obras todas
Para ligar o país à CEE
Metade da conta, pagam eles
E a outra metade, paga o Zé

Já levámos o Metro a S.Apolónia
Para a rede, não ficar manca
Com o dinheiro que gastámos
Levávamos o Metro a Vila Franca

Mas se as contas derraparem
Como noutras vezes aconteceu
Desta vez, nós não pagamos
Mandamos a conta para o céu

Oh meu Santo António
Oh meu Santo milagreiro
Diz lá como é que a gente
Vai arranjar tanto dinheiro!

Poema: A selecção dos outros

É tempo do Mundial de futebol e não se fala noutra coisa, senão na nossa Selecção. Mas não é dessa selecção, que eu vou falar, mas sim doutras selecções, de que não se fala e que nos fazem ao longo da vida e que muitas vezes trazem conflitos no relacionamento interpessoal, é dessa selecção que eu falo neste poema.

Não falo da selecção de futebol
Que é de todas a mais conhecida
Vou falar de outras selecções
Que nos fazem ao longo da vida

Nós temos dificuldade em lidar
Com o que é novo e diferente
E precisamos de pôr um rótulo
Para identificar toda a gente

Se aparecemos num lugar
E vamos lá pela primeira vez
Ouvimos vozes a cochichar
E olhares inquiridores de viés

Esperam as moças casadoiras
Pelo seu príncipe encantado
Perguntam excitadas, quem é?
Com seu ar desinteressado

Os políticos influentes da terra
Também eles querem saber
Se é nosso ou da oposição
Para saberem, como proceder

Até as beatas, com seu ar sisudo
Vão saber do recém-chegado
Será temente a Deus? ou não?
Ou será um Belzebu disfarçado?

É assim ao longo de toda vida
Onde quer, que nós vamos ter
Somos logo avaliados e rotulados
Para todas as dúvidas desfazer

É desta maneira que começa
Toda a sorte de discriminações
Que assentam quase sempre
Na ignorância e em suposições

Mas se ainda não temos rótulo
E se persistem dúvidas gerais
Vasculham-nos a vida toda
Porque, querem saber mais