domingo, 28 de março de 2010

Poema: Ninguém rouba o leito ao rio

Passado um mês depois das cheias da Ilha da Madeira, aproveitei o tempo para reflectir sobre a tragédia. Este poema, vem em certa medida abordar a relação do homem com a Natureza. O homem tem afrontado muitas vezes as forças da Natureza, indo para além do razoável e depois a Natureza cobra o seu preço, trazendo a morte e a destruição. Os erros só são maus, se não aprendermos nada com eles.

Ninguém rouba,o leito ao rio
Porque o rio, não vai deixar
O rio cala, mas não consente
O que perdeu, ele vai buscar

Os erros pagam-se caros
Porque são becos sem saída
Eles obrigam-nos a voltar atrás
Para salvarmos a própria vida

Quem constrói em leito de cheia
Arrisca a vida, em tal ousadia
Porque o rio, não deixa impune
Quem ousou desafiá-lo um dia

Quando o rio galga a margem
Dizem que o rio enlouqueceu
E acusam o rio de selvagem
Porque foi buscar, o que é seu

Chove muito e o rio cresce
Espalha a morte e a destruição
Dizem que o rio é traiçoeiro
É um selvagem sem coração

Não se engana a Natureza
Como o homem sempre faz
Quando engana outros homens
Ele semeia a guerra e não a paz

O rio é um bem para todos
Precisamos dele para viver
Se o soubermos respeitar
Ele até nos sabe obedecer

O rio é uma fonte de vida
E até nos ensina a nadar
Mas não deixa sem castigo
Quem não o sabe respeitar

O rio rega e fertiliza os campos
Mata a sede e produz energia
E se o soubermos respeitar
Ele vive connosco em harmonia

sábado, 6 de março de 2010

Poema: Simone de Oliveira, aniversariante de Fevereiro

A minha homenagem deste mês vai para Simone de Oliveira, grande artista da canção e do teatro que nos tem encantado na sua longa carreira artística.
Não ficam esquecidas outras figuras públicas, que também fazem anos este mês, pois é minha ideia falar delas no próximo ano, mas será uma de cada vez.
Quero por isso endereçar aqui, os meus parabéns a todos aqueles que fizeram anos no mês de Fevereiro.
Parabéns!

Simone de Oliveira nasceu
Em Fevereiro, mês do Carnaval
Foi vedeta da canção ligeira
Rainha da Rádio em Portugal

Cantou "Glória glória aleluia"
E "Sempre que Lisboa canta"
Poemas de Torga e de Pessoa
E versos de Florbela Espanca

Em "Esta Lisboa que eu amo"
Cantou Música no Coração
Com a canção "Sol de Inverno"
Ganhou o Festival da Canção

Ela cantou tantas cantigas
E os seus êxitos foram tantos
Cantou "A Desfolhada"
Poema de Ary dos Santos

Cantava com tanta força
Que um dia perdeu a voz
Fez teatro e telenovelas
Para encanto de todos nós

Entrou em teatro de Revista
Quando havia revista no Parque
Simone cantou "A Banda"
Escrita pelo Chico Buarque

Simone de Oliveira é artista
Com muita garra e muito brio
No teatro de Filipe La Féria
Fez "Passa por mim no Rossio"

Fez Vila Faia e Roseira Brava
E fez o Piano Bar na televisão
Cantou e foi artista de teatro
Simone fez tudo com paixão

Parabéns aos aniversariantes
De Fevereiro, mês do Carnaval
Brinquem todos, sem exageros
Não vá alguém, levar a mal

Poema: Marco Paulo, aniversariante de Janeiro

É minha vontade prestar aqui homenagem às figuras públicas que fazem anos neste mês. Para além do apreço que eles nos merecem, eles fazem parte do nosso imaginário colectivo e marcaram de algum modo as nossas vidas.
Aqui vai a minha homenagem que é também extensível a todas as pessoas que nasceram neste mês de Janeiro.
Parabéns!

Ele nasceu no Alentejo
No concelho de Mourão
É o cantor Marco Paulo
Grande nome da canção

Foi disco de ouro e platina
De muitas das suas canções
Marco Paulo canta e encanta
E vende discos aos milhões

Canta "Ninguém, ninguém"
E a "Morena, morenita"
O "Coração maravilhoso"
E canta "Joana" e "Anita"

"Eu tenho dois amores
Que em nada são iguais "
Marco Paulo em Portugal
É o cantor que vende mais

Foi ao Festival da Canção
Com a canção "Sou tão feliz"
E canta "Nasci para cantar"
Porque o povo, assim o quis

Recebeu um disco de prata
Com o álbum "Sedução"
E com a "Flor sem nome"
Repetiu o mesmo galardão

Premiada com disco de ouro
A canção "Morena, morenita"
Voltou a bisar Disco de Ouro
A cantar a canção da "Anita"

Fez "Eu tenho dois amores"
Seu programa na televisão
Ele fez mais outro programa
Chamado "Música no Coração"

Parabéns aos aniversariantes
Cantem as Janeiras ou não
Tenham um bom Ano Novo
Com muito amor no coração

Poema: As mulheres querem-se bonitas

Neste mês de Março em que se celebra o Dia da Mulher, este poema é uma homenagem a todas as mulheres, bonitas e feias, porque todas são mulheres e devem merecer o nosso carinho.
Esta sociedade faz a apologia das mulheres mais belas, criando nas outras uma grande frustação, esta ideia tem de ser combatida e este poema, apesar de dizer que "as mulheres querem-se bonitas", tem uma palavra de apreço, para as que não tão belas e tenta desmistificar essa ideia.

Perdoem-me as mais feias
Mas a beleza é fundamental
Não devemos de comparar
Uma rosa com a flor do batatal

Perdoem-me as mais belas
Tão bonitas como actrizes
Mas nem sempre são elas
As mulheres mais felizes

Ser bela é uma grande ajuda
Mas também pode ser fatal
A beleza que atrai o bem
Também pode atrair o mal

Dois seios, bem cheios
Roliços e palpitantes
Fazem o homem atrevido
E as mulheres provocantes

Nádegas e pernas torneadas
Com seu andar ondulante
Levam o homem ao paraíso
Ali tão perto, num instante

As mulheres querem-se bonitas
Mas há também quem diga
Mulher bela é só para homens
Com mais olhos que barriga

Desenganem-se as mais belas
Que a beleza não dura sempre
E quando a velhice chegar
A decadência é mais deprimente

Não pensem as mulheres belas
Que têm todos os trunfos na mão
Porque nem sempre a beleza
Vem acompanhada pela razão

E as feias, não fiquem tristes
Que não irão ficar para tias
Desenvolvam outros dons
E não lhe faltarão, simpatias

Poema: A violência é um atentado à liberdade

Escrevi este poema para falar da violência doméstica. Esta realidade não é de agora, vem provavelmente desde o princípio da humanidade e chegou até aos nossos dias, porque tem sido tolerada e até aceite como "necessária" para manter a autoridade.
Este fenómeno da violência doméstica, que a maioria de nós julgava atingir só as mulheres, está a alargar-se e atinge também os homens, dizem as estatísticas que são quase 20% dos casos de violência doméstica.
O casamento sempre foi um luta pelo poder, que o amor conseguia diluir, mas as carências económicas ou afectivas acentuaram. Mas outras violências existem na nossa sociedade, toda ela muito violenta e que é preciso combater, para que a vida não se torne numa selva, onde impere a lei do mais forte.

Se um homem fala mais alto
Para manter a autoridade
É logo acusado de violência
Pelo resto da comunidade

Mas se um homem não diz nada
E cada um faz, aquilo que quer
Dizem que não tem personalidade
E até leva porrada da mulher

Perante tanta contestação
Que há-de um homem fazer?
Tanto é preso por ter cão
Como é preso, por não ter

O assunto, é demasiado sério
Para ser levado a brincar
Nós vemos, ouvimos e lemos
Mas continuamos a ignorar

São vítimas da violência
Crianças, mulheres e idosos
A violência é uma arma
Na mão dos poderosos

A violência dos tiranos
Persegue e tortura sem piedade
A violência é em toda a parte
Um atentado à liberdade

Para acabar com a tirania
Dos reis do império do medo
Denunciemo-los à sociedade
Em vez de guardar segredo

Lutemos, contra toda a violência
Em casa, na escola, na estrada
Em vez de fechar os olhos e dizer
Não sei, aqui? não se passa nada

Todos falam da violência do rio
Que destrói tudo à passagem
Mas ninguém fala da violência
Que as margens ao rio fazem