quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Poema: O centenário da fábrica de tachos da República

Comemorou-se no dia 5 de Outubro a Implantação da República, facto que para todos nós pertence ao passado e que a muitos diz pouco.
Por isso achei melhor apresentar o Centenário da "fábrica" que "fabrica" tachos e que chegou até aos nossos dias com todas a vicissitudes do mercado e da gestão dificil num mundo globalizado, a história da fábrica, corre paralela à história do país e por isso há grande coincidência de factos que afectam ambos. Como a "fábrica" ainda se mantêm em laboração é fácilmente reconhecida por todos nós e a todos nós diz respeito como contribuintes. Foi para comemorar o centenário da dita "fábrica" que fiz este poema.

A República fabrica tachos
Como fabricava a monarquia
Mas fábrica que gasta demais
Pode ir à falência qualquer dia

Assim aconteceu na monarquia
A Real Fábrica de tachos faliu
Houve despedimentos e tudo
Mas logo a República a abriu

Era a maior fábrica de então
Dos bons tempos antanhos
Só entrava a elite da nobreza
Como o Conde de Abranhos

Mas o bem, não dura sempre
O mercado, já não é referência
A procura é maior que a oferta
A fábrica, um dia vai à falência

E para satisfazer a procura
Abriram um série de sucursais
Institutos e empresas públicas
Já não chegam, querem mais

O Estado somos, todos nós
Ouvimos dizer tantas vezes
Cada eleitor é um pagante
Dos reais tachos portugueses

Há profissionais do tacho
Que servem a dois senhores
Voam de partido em partido
Como abelhas, entre flores

Na vida há sempre um mas
E um dia, é que vão ser elas
É fácil enganar o Zé Povinho
Mas não se engana Bruxelas

Vem aí a China endinheirada
Comprar a fábrica portuguesa
Quer lá todos os portugueses
A trabalhar, à moda chinesa

Poema: Nasceu um buraco na minha rua

Chegam as primeiras chuvas e começam a aparecer os buracos, que os carros vão alargando e alagando, quem perto deles passar distraído.
Os peões são o alvo preferido de condutores brincalhões ou distraídos, por isso cabe ao cidadão alertar as entidades competentes para taparem os ditos buracos.
O tema não tem nada de póetico, mas pode ser uma forma mais eficaz, de sensibilizar as entidades competentes. Espero que gostem.

Nasceu um buraco na minha rua
Disse logo profético ao nascer
Quando for grande quero ser
Muito importante, vocês vão ver

Quis tapar a boca ao buraco
Participei à junta, fiz o meu dever
Não o tapavam, era pequenino
Tinha ainda muito que crescer

O buraco que era pequenino
Tão pequenino que mal se via
Fez-se depressa um buracão
Cresceu da noite para o dia

Até os carros topo de gama
Abrandavam por ele ao passar
Só por cuidado, não por respeito
Não fosse o carro se estragar

Mas com o passar do tempo
Tornou-se o buraco arrogante
Via os carros passar devagar
Já se julgava muito importante

Insisti com o presidente da junta
Isso era das suas competências
Até pode haver um acidente
Precisa de tomar providências

O presidente não ligou nenhuma
Buracos? é coisa que não falta
Para quê perder o seu tempo
Porque um buraco chateia a malta

Mas um dia passou o presidente
A alta velocidade, sem atenção
Rebentou-lhe o pneu e capotou
Vieram logo jornais e televisão

Sentiu-se o buraco importante
Com tanta atenção e cuidado
E o buraco que chateava a malta
Foi logo nesse momento, tapado