quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Poema: Nasceu um buraco na minha rua

Chegam as primeiras chuvas e começam a aparecer os buracos, que os carros vão alargando e alagando, quem perto deles passar distraído.
Os peões são o alvo preferido de condutores brincalhões ou distraídos, por isso cabe ao cidadão alertar as entidades competentes para taparem os ditos buracos.
O tema não tem nada de póetico, mas pode ser uma forma mais eficaz, de sensibilizar as entidades competentes. Espero que gostem.

Nasceu um buraco na minha rua
Disse logo profético ao nascer
Quando for grande quero ser
Muito importante, vocês vão ver

Quis tapar a boca ao buraco
Participei à junta, fiz o meu dever
Não o tapavam, era pequenino
Tinha ainda muito que crescer

O buraco que era pequenino
Tão pequenino que mal se via
Fez-se depressa um buracão
Cresceu da noite para o dia

Até os carros topo de gama
Abrandavam por ele ao passar
Só por cuidado, não por respeito
Não fosse o carro se estragar

Mas com o passar do tempo
Tornou-se o buraco arrogante
Via os carros passar devagar
Já se julgava muito importante

Insisti com o presidente da junta
Isso era das suas competências
Até pode haver um acidente
Precisa de tomar providências

O presidente não ligou nenhuma
Buracos? é coisa que não falta
Para quê perder o seu tempo
Porque um buraco chateia a malta

Mas um dia passou o presidente
A alta velocidade, sem atenção
Rebentou-lhe o pneu e capotou
Vieram logo jornais e televisão

Sentiu-se o buraco importante
Com tanta atenção e cuidado
E o buraco que chateava a malta
Foi logo nesse momento, tapado

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