sábado, 27 de agosto de 2011

Poema: Empatas e empecilhos

Toda a gente os viu, toda a gente os conhece, eles andam por aí, em toda a parte, e quase sempre aparecem nos sítios onde menos interessa.

Nestes tempos do corre-corre, de gente apressada, há sempre alguém que se atravessa no caminho e que tem todo o tempo do mundo, e nos olham com cara espantada, para quem anda apressado, são os empatas da nossa vida.

Sobre os empatas eu escrevi, em Março de 2010, este poema:

"Empatas e empecilhos".

Espero que gostem e comentem.


Os empatas não se demitem
Da nobre missão de estorvar
O mundo não precisa deles
Mas eles, insistem em empatar

Gostam de parar nas esquinas
Óptimo sítio para conversar
Parados no meio dos passeios
Não deixam ninguém passar

Condutores de fim-de-semana
Parece a corte do rei a passar
Levam atrás de si um cortejo
Não andam, nem deixam andar

E temos aquela gente importante
Cuja importância não transparece
Sempre pronta a dar uma opinião
Que não aquece, nem arrefece

Para não falar no Chico Esperto
Mais esperto que toda a gente
Que conhece todos os atalhos
Para nos passar à nossa frente

Os maiores são os fanfarrões
Falam falam e não fazem nada
A falar, ninguém os leva presos
Com a sua lenga-lenga, fiada

Mas o invejoso não tem rival
Não é criança nem é homem
Passa a vida inteira a invejar
O pão que os outros comem

E temos os juízes de conflitos
Que para tudo, têm solução
Resolvem problemas alheios
Mas os seus, esses? é que não

Os paspalhos e empecilhos
Andam sempre à nossa frente
Têm na vida, a nobre missão
De empatarem, toda a gente

António Silva

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