domingo, 30 de janeiro de 2011

Poema: O rei consumidor vai nú

A época de Natal e Ano Novo é uma época de grande consumo, de luxo e de ostentação. Consumir e fazer vida de rico é muito bom, mas tem um problema, é preciso dinheiro, na altura de Natal, todos se esforçam por comprar sempre mais alguma coisa, o que é incentivado pela publicidade e os comerciantes agradecem.
Mas tudo têm um custo, que tem de ser pago. Sobre o consumismo desenfreado, eu fiz este poema.

Quem sou eu? perguntei um dia
Ao meu ego mais profundo
E o ego, respondeu-me assim
Tu és o rei, és o rei do mundo

Sim, eu sou o rei do mundo
Todos têm de me obedecer
A concorrência é muito grande
E todos a mim, querem vender

Sim, eu sou o rei-consumidor
Em todo o lado, sou o primeiro
Eles sem mim, não podem viver
Precisam todos do meu dinheiro

Tu és um pobre rei-consumidor
Quer sejas homem ou mulher
Tu julgas que mandas em nós
Mas só fazes o que a gente quer

Tu julgas-te o rei do mundo
E pensas que nós somos tôlos
Quantas vezes foste enganado
Com as nossas papas e bolos

És um pobre rei-consumidor
Além de tolo, também és vaidoso
Nós dizemos-te que és o maior
Tu acreditas e ficas todo baboso

És muito exigente nas modas
Tu exiges mais e mais de nós
E nós damos-te a última moda
Que é do tempo, dos teus avós

Endividaste-te para ter tudo
Mesmo que tu não possas
E as riquezas que tu tinhas
Já não são tuas, são nossas

És um rei, mas já não mandas
Deixamos-te viver nessa ilusão
O rei do mundo é o dinheiro
E esse, está todo na nossa mão

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