quinta-feira, 22 de julho de 2010

Poema: Pobreza é ficar indiferente

Em tempo de crise, crescem as dificuldades e a pobreza também, é preciso despertar as consciências para o fenómeno da pobreza, ela existe e deve de ser combatida, no ano de combate à pobreza, pobreza é ficar indiferente, não basta matar a fome a quem tem fome é preciso ir às causas do fenómeno.
A pobreza é uma violação dos direitos humanos, é disso que falo neste poema, no ano Internacional de Combate à Pobreza.

São castelos sem muralhas
Os novos condomínios fechados
Têm câmaras de vigilância
Espalhadas por todos os lados

Moram lá dentro as divindades
E os adoradores do dinheiro
Sócios de anónimas sociedades
Que dominam o mundo inteiro

Mas o dinheiro não tem pátria
Corre, não pára um momento
Para satisfazer a sede de lucro
E para rentabilizar o investimento

As empresas têm de ter lucros
A injustiça está na distribuição
A maioria recebe muito pouco
Poucos, recebem a parte de leão

Com tanta riqueza acumulada
Cresce a pobreza e desigualdade
Mas os ricos não se importam
Com a pobreza na sociedade

E para acalmar as consciências
Dizem que pobreza é tradição
E não se mostram incomodados
Com aqueles que não têm pão

Vivem fechados a sete chaves
E viajam em carros blindados
O medo, refugia-se em castelos
Dos novos condomínios fechados

Fecham-se portas e janelas
E fecham-se as consciências
Não há olhos, nem há ouvidos
Para as gritantes, carências

Pobreza, é ficarmos indiferentes
À pobreza, que há à nossa volta
É assistir a tudo, sem fazer nada
E não sentir cá dentro, a revolta

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